terça-feira, janeiro 07, 2014

Bibi e o Pai Natal



Bibi era a alcunha de Carlos Silvino, um menino rabino que acabara de ser internado na Casa Pia de Lisboa na véspera de Natal, abandonado pelos próprios pais.
Ao contrário de todas as crianças da instituição, nessa noite Bibi não colocou o sapatinho junto à chaminé para ser presenteado no dia seguinte. Bibi tinha uma judiaria malévola em mente e rapidamente deu largas ao plano maquiavélico.


Com a ajuda de outros meninos: Carlos Cruz, Hugo Marçal, Ferreira Diniz e Jorge Ritto, armadilharam a chaminé com recurso a tábuas e ferros, afunilando-a, para que o Pai Natal conseguisse descer por ela, mas à medida que esta estreitava na base, o Pai Natal conseguiria pousar os pés no chão, mas ficaria com a barriga entalada, imóvel, não tendo como escapar, ficando à mercê das crianças casapianas…


Perto da meia-noite, o ruido na chaminé antecipava o momento que Bibi esperava. O esgar de dor do Pai Natal ao ficar entalado, foi motivo de júbilo para Bibi, que chamou os seus comparsas para o ajudarem a abrir o ‘presente’.


O Pai Natal existe mesmo! Exclamavam as crianças, ao verem alguém de costas, vestido de vermelho preso na chaminé da cintura para cima.


Bibi foi o primeiro a desembrulhar o seu ‘presente’. Baixou as calças do Pai Natal e ao som das melodias de Natal… (nota: o que se passou de seguida fica ao critério da mente depravada, distorcida, sádica e sugestiva de cada tarado leitor)


Sem que este pudesse fazer nada, restava-lhe apenas apelar ao bom senso das crianças para que parassem com aquele crime hediondo, mas em vão, pois aquelas crianças diabólicas, em grande gáudio não queriam saber dos presentes, queriam era conhecer de perto aquela figura mítica de que tanto ouviram falar desde sempre.


Depois de Bibi e seus amigos se recrearem com o Pai Natal, Carlos Cruz teve uma ideia. “E se fizéssemos aqui uma Feira Popular com o Pai Natal? Cobrávamos bilhetes e toda a gente podia dar uma ‘voltinha’ no Pai Natal enquanto as mulheres e as crianças ficavam no exterior da passear no trenó e nas renas…e podíamos até filmar tudo e abrir o canal “Bacanal com o Pai Natal” na TvCabo e fazer muitos mais dinheiro com os assinantes…o que acham?”


“Vais ser um grande Senhor da Tv quando fores grande…!” - Exclamaram os diabretes casapianos. 


E assim fizeram. De todas as atracções do Parque de Diversões recém-criado, o “Natal Anal” era a diversão mais rentável. Era filas de gente até perder de vista, era charters de chineses a aterrar em solo nacional, era frotas de barcos com excursões de turistas gay´s a atracar nos portos de Portugal…até o PIB português cresceu alguns pontos percentuais com esta ideia inovadora daqueles jovens empresários, de tal forma que foram inclusive condecorados pelo Presidente da Republica no dia de Portugal.


Mas o impensável aconteceu. Por estar desidratado e mal nutrido, o Pai Natal tinha emagrecido muitos quilos. A sua barriga deixou de atrapalhar, trepou a chaminé e escapou para a Lapónia, deixando assim aqueles visionários casapianos sem a sua fonte de rendimentos e com os respectivos impostos por pagar.


Sem rendimentos e com o IMI por liquidar, pagamentos especiais por conta, taxas e sobretaxas de IRS e todo esse cataclismo fiscal nacional horripilante, os meninos viram-se a braços com processos judiciais e arguidos em vários processos mediáticos.


Mas como é tradicional, o português tem um grande espírito de desenrasque. Jorge Ritto, que entretanto havia sido agraciado com o título de Embaixador, vislumbrou num sonho ‘abichanado’ que teve, a salvação. Reuniu-se com os seus associados e sugeriu: “Ouvi dizer que os Reis Magos iam seguir uma estrela até uma gruta em Belém…e se nós fizermos 3 entradas para essa tal gruta e a estreitarmo-las para que os seus traseiros fiquem lá entalados e triplicamos o nosso encaixe financeiro em relação ao que fizemos ao Pai Natal…?”